sexta-feira, 29 de março de 2013

Pré-história do Brasil e de Goiás

A pré-história brasileira é dividida em dois grandes períodos: culturas do pleistoceno (anteriores a 12.000 anos A.P. (Antes do  Presente)) e culturas do holoceno (posteriores a 12.000 anos A.P.).
Sítios arqueológicos do Pleistoceno são, principalmente, áreas de caça e matança, não de acampamentos residenciais. Os artefatos identificadores mais comuns são as pontas bifaciais, especializadas de projétil, geralmente acompanhadas de lascas usadas como facas, raspadores e raspadeiras. 

          Então, em um tempo muito distante do nosso, o país que conhecemos hoje por nome de Brasil era bem diferente. Não existia nele a floresta mais cobiçada do planeta, a Floresta Amazônica. Além disso, a paisagem era formada por campos e cerrados. Próximos aos rios existiam árvores de até 6 metros de altura. A temperatura era pelo menos 5° C mais fria que a atual.
        Nesse tempo distante, ou seja, no período Pleistoceno, época das grandes glaciações, animais gigantes como gliptodontes, macrauquênia, mastodonte, toxodonte, megatério e tigre dente de sabre reinavam formando uma fauna exótica. 

Gliptodonte
        O gliptodonte é uma espécie de mamífero herbívoro, antepassado dos atuais tatus. Ele podia medir até três metros de comprimento e pesar uma tonelada e meia.



Macrauquênia

Mastodonte
        O Mastodonte da Planície viveu na América do Sul há 3 milhões de anos atrás durante o Plioceno, descendendo dos mastodontes que vieram da América do Norte quando se formou a ponte de terra entre as Américas. O mastodonte pesava cerca de 7 toneladas e media 3 metros de altura e era herbívoro.



Toxodonte
          O toxodonte habitou Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolivia e Brasil do final do Plioseno até época relativamente recente. Toxodon significa "dente de flecha" e platensis provavelmente relacionado a Plata, da Argentina. Seus fósseis já foram encontrados em associação com pontas de flechas, o que indica que sua extinção pode estar relacionada à caça movida pelos primeiros indígenas da América do Sul



Megatério

       O megatherium americanum foi uma preguiça terrestre gigante que existiu na América do Sul de 2.000.000 a.C. a cerca de 9.000 a.C. Sua extinção foi provavelmente resultado de caça excessiva por parte dos índios sul-americanos

Fonte: http://rpg_ficcao.sites.uol.com.br/Bestiario/mapinguaricu.jpg


Tigre Dente de Sabre

        Seu nome oficial é Smilodon. Os caninos (dentões da frente) chegavam a cerca de 20 centímetros, pesava de 200 a 400 quilos e alimentava-se de outros animais.




O PROCESSO DE OCUPAÇÃO HUMANA DA AMÉRICA, DO BRASIL E DE GOIÁS.


Como e quando os seres humanos chegaram à América?




         Segundo os autores Dreguer e Toledo (2006, p. 34-35), para descobrir como e quando ocorreu a ocupação humana no território do atual Brasil, precisamos verificar de que modo esse processo se deu no continente americano.

        Analisando os vestígios encontrados, os arqueólogos deduziram que os seres humanos chegaram ao continente americano vindos de outros continentes. Contudo, há muitas divergências sobre como e quando ocorre sua chegada.

           Até a década de 1970 predominava, entre os arqueólogos, a hipótese de que os primeiros seres humanos a chegar à América teriam vindo exclusivamente da Ásia. Observe, no mapa, o possível percurso que fizeram para atingir o atual continente americano.





       
        Segundo essa hipótese, entre 50 mil e 10 mil anos atrás, o nível do mar teria baixado muito em razão do congelamento das águas nas regiões dos polos. Haveria, então, um trecho emerso que permitiria a passagem por terra, do continente asiático para o americano, no atual estreito de Bering.


             Há cerca de 10 mil anos, um aumento na temperatura do planeta causou um grande degelo que fez aumentar o nível dos oceanos. Com esse aumento, a ligação terrestre entre a Ásia e a América ficou encoberta, deixando de existir definitivamente. Contudo, os arqueólogos supõem que os povos asiáticos teriam utilizado essa ligação terrestre durante milênios para migrar até a parte norte da América. No decorrer de milhares de anos, os descendentes dos primeiros povos a alcançar a América teriam se espalhado por nosso continente.


        Após a década de 1970, alguns pesquisadores passaram a questionar essas hipóteses, sugerindo que os primeiros habitantes da América não seriam originários apenas da Ásia, mas também de outras regiões. Observe no mapa quais seriam suas origens.






        
        Segundo essa hipótese, não houve um único caminho de chegada dos seres humanos à América, mas três rotas diferentes.


  • A primeira seria a travessia da Ásia à América pelo estreito de Bering, utilizando a ligação terrestre citada anteriormente.
  • Pela segunda rota, habitantes de algumas ilhas do Pacífico teriam cruzado o oceano em barcos, em direção à América Central e do Sul.
  • Pela terceira rota, grupos que viviam na Austrália teriam se deslocado para a Antártida e desta para o sul da América. Novamente, supõe-se que esses deslocamentos teriam sido feitos por meio de navegação pelo Pacífico.





Mas quando teria se dado a chegada desses humanos à América? E sua fixação no atual Brasil?


        Mais uma vez, a década de 1970 foi um período de questionamentos. Até aquele momento, era bastante aceita a hipótese de que os primeiros grupos teriam chegado à América há cerca de 12 mil anos.  Pesquisas arqueológicas, porém, encontraram nas últimas três décadas vestígios mais antigos da presença e da atividade humana em diversos pontos da América. Com base nessas descobertas, alguns arqueólogos passaram a defender a ideia de que a ocupação do continente teria ocorrido em datas bem anteriores a 12 mil anos.
            Uma das principais defensoras dessa hipótese é a arqueóloga Niède Guidon, que faz pesquisas em sítios arqueológicos do estado do Piauí. Ela encontrou nesses locais amostras de carvão e de pedras lascada datadas de cerca de 40 mil anos. Para Guidon, seriam indícios de instrumentos e de fogueiras feitas por seres humanos.

        No entanto, muitos arqueólogos brasileiros e de outros países discordam dessa concepção. Eles afirmam que as pedras lascadas podem ter sido produzida pela rolagem natural das pedras em virtude da ação de chuvas. Os restos de carvão, por usa vez, podem ter resultado de um incêndio espontâneos, causado por um raio. A possível ação humana só seria definitivamente comprovada se fossem encontrados restos de ossos humanos perto das pedras e do carvão, o que não ocorreu até o momento.

    Apesar das polêmicas sobre a origem e a época da chegada dos primeiros agrupamentos humanos à América, a atualmente a maioria dos arqueólogos admite que, há mais de 10 mil anos, eles estavam presentes em diferentes partes do continente, inclusive no território do atual Brasil.
      
Dessa forma, entende-se que, o povoamento da América e, naturalmente, do BRASIL, ocorreu no final do Pleistoceno, ao término da última glaciação. Os principais artefatos da pré-história brasileira dessa época são as pedras manipuladas para a confecção de instrumentos, os fragmentos cerâmicos, a reciclagem de ossos de animais e conchas, notadamente. 

       O conceito de PALEOÍNDIO, no Brasil, é utilizado para as culturas mais antigas, encontradas em Goiás, Minas Gerais, Piauí, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Para as outras culturas de caçadores pré-cerâmicos usa-se o conceito de “arcaico”.
Em alguns estados brasileiros há datações que registram a presença do homem antes de doze mil anos, sendo-as:


  • em Minas Gerais, a cultura do homem de Lagoa Santa (Gruta do Sumidoro, Lapa Mortuária de Confins, Cerca Grande em Pedro Leopoldo);
  • em São Paulo, o Sítio Alice Boer,
  • em Rio Claro e no rio Ribeira do Iguape;
  • em Mato Grosso, o Abrigo do Sol, em um afluente do Guaporé.





No Brasil, os vestígios da vida pré-histórica estão presentes principalmente nas bacias sedimentares do Paraná, Parnaíba, Amazonas, Solimões, Parecis e São Francisco. Veja o  mapa abaixo:



             A linha pontilhada ao longo da costa (mapa acima) mostra o antigo litoral e a paulatina subida do nível do mar até a configuração atual. 

           Na época os habitantes do Brasil viviam em grupos de aproximadamente dez pessoas, coletavam e caçavam. Esses grupos revelavam seus costumes através de pinturas rupestres, as quais foram/são encontradas nos locais identificados no mapa abaixo:



Legenda:

1. Alto Sucuriú, MS;

2. Serranópolis, 3. Rio do Peixe; 4. Caiapônia, 5. Uruaçu, 6. formadores do rio Tocantins, GO;

7. Rio Paraná, 8. UHE Serra da Mesa, TO;

9. Serra do Cipó, 10. Varzelândia, 11. Vale do Peruaçu, MG;

12. Serra Geral, BA;

13. Itaparica, 14. Bom Jardim, PE;

15. Rio Açu, 16. Litoral, RN;

17. São Raimundo Nonato, PI.


Quando os grupos humanos da Pré-história chegaram a Goiás?



           Esses grupos chegaram às terras do estado de Goiás entre 12 mil e 9 mil anos atrás. Nessa época, eles já utilizavam o fogo, mas não sabiam cultivar plantas nem domesticar animais.

          O mapa a seguir representa o mundo com os continentes e oceanos. Nele, aparecem as possíveis direções percorridas pelos grupos humanos da Pré-história até chegarem a o Brasil, e possivelmente à Goiás. Muitos pesquisadores acreditam que, provavelmente, esses grupos saíram da região da Ásia Central. 




FONTES:
http://hernehunter.blogspot.com.br/2011/06/pre-historia-brasileira.html. Acesso: 10 jan 2012.

DREGUER, Ricardo; TOLEDO, Eliete. História Conceitos e Procedimentos. 1. ed. São Paulo: Atual, 2006


GARCIA, Ledonias Franco; MENEZES, Sônia Maria dos Santos. História de Goiás para todos. São Paulo: Scipione, 2004.


PRIMO, Divina Pereira. A pré-história do Brasil e de Goiás. Texto elaborado como atividade avaliativa no curso de
Graduação. 2005.

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